quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Alfredo - SILVESTRE.

SER ARTISTA...

A meta de todo artista é tocar em Deus. Assim como a religião, a arte tem como um de seus
atributos principais; a pavimentação de um caminho que o leve o individuo à imortalidade.

A busca da perfeição leva um artista a fazer descobertas espirituais, e a empregar o máximo
de esforço espiritual. A aspiração ao absoluto é a força que impele o desenvolvimento
da humanidade. Quando um artista, mesmo que inadvertidamente revela o cinismo, o
egocentrismo, a prepotência diante de uma situação dramática, seja na arte ou na vida; o
que para mim da no mesmo, ele mostra-se desprovido de alma, de espírito, distanciando-se
daquilo que comumente chamamos - tocar em Deus.

Privada de espiritualidade, a arte traz em si sua própria tragédia. Pois, até mesmo para
perceber o vazio espiritual do tempo em que vivemos, o artista deve ter qualidades especificas
de sabedoria e compreensão. O verdadeiro artista esta sempre a serviço da imortalidade,
lutando para imortalizar o mundo e o homem nesse mundo. Um artista que não tenta buscar
a verdade absoluta, que ignora os objetivos universais em nome de coisas secundárias, não
passa de um oportunista. Alerta, artista, alerta, não te entregues ao sono... és refém da
eternidade e prisioneiro do tempo.

Num mundo em que existe a ameaça real de uma guerra capaz de aniquilar a humanidade,
onde os males sociais existem em escala assustadora, e onde o sofrimento humano clama aos
céus – é preciso encontrar um modo de fazer com que as pessoas se encontrem umas com
as outras. Este e o dever sagrado da humanidade em relação ao seu próprio futuro. Acredito
na arte como elemento agregador e do artista como veiculo. Desde que provido de espírito e
alma. O que me impele a tudo isto, é o fato de que hoje na rodoviária de Itabuna presenciei
um episodio insano de insanidade: duas mulheres que brigavam ferozmente por um mesmo
homem. Então me pergunto: que amor é aquele, que sacrifício foi aquele presenciado por uma
orda de transeuntes e desocupado que vibravam como a galera nos teatros romanos. Pois, o
que me parece é que não se trata de amor mútuo: o que ninguém parece entender é que o
amor só pode ser unilateral, que não existe outra espécie de amor, que, sob qualquer outra
forma, não é amor, não contem alma, não contem espírito. É impotente, e no momento é
nada.

Preciso da imortalidade para que meu sangue continue a fluir de era para era. Eu prontamente
trocaria minha vida por um lugar seguro e quentinho se a agulha veloz da vida não me puxasse
pelo mundo como uma linha.

Então me pergunto- como ser um artista criador desprovido de Eros e Caritas, Dioniso e
Apolo?

Boa noite a todos!

em superficialidades.

Silvestre.

Não nos percamos

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